Por: Larissa Claro – Publicado em: 12.03.2022
Depois de criar a enteada por quatro anos sozinho, o vigilante Joselias da Silva não abriu mão de buscar, na Justiça, o reconhecimento socioafetivo da menina Júlia, que completou 7 anos nesta sexta-feira (11). Para garantir esse direito, ele foi uma das dezenas de paraibanos que procuraram a Defensoria Pública do Estado neste sábado durante o mutirão “Meu pai tem nome”, realizado simultaneamente em 22 estados brasileiros pelas Defensorias Públicas estaduais. Na Paraíba, a ação aconteceu nas cidades de João Pessoa e Campina Grande.
Joselias é pai biológico da irmã mais nova de Julia, Jaiane. Ele foi casado com a mãe das duas por seis anos e criou a enteada como filha desde que ela era bebê. Há quatro anos a mãe foi morar em outro estado e deixou as duas filhas com o ex-marido. “Ela está registrada em nome do pai biológico, mas o pai de verdade sou eu, o pai é quem cria, quem respeita, quem cuida e quem está no dia a dia. Então eu quero que ela tenha o meu nome, embora ela já seja a minha filha. Quero garantir todos os direitos que ela possa ter”, disse.

O jovem Manoel Alisson de Sousa, de 22 anos, também e submeteu ao exame e foi além. Já deixou estabelecido na Defensoria Pública os termos do reconhecimento, estabelecendo, inclusive, valor de pensão alimentícia para a criança. O resultado dos testes realizados gratuitamente pelo Hemocentro sairão de 20 a 30 dias. Os supostos pais serão chamados à Defensoria para a abertura dos envelopes.

“É muito importante esse reconhecimento para as crianças, para as mães, para as famílias – mas sobretudo para as crianças, que vão poder usufruir de todos os seus direitos de estado de filho, como o auxílio material, alimentos, direitos previdenciários, sucessórios, o convívio familiar. Tudo isso é muito caro para a crianças e para a Defensoria Pública. O saldo é bastante positivo e quero agradecer a equipe da Defensoria, a mídia que nos ajudou a divulgar a ação e a população, que abraçou, aceitou e compareceu à Defensoria”, ressaltou Rodrigues Júnior.
O defensor pontuou, ainda, a atuação conjunta do Núcleo Especial de Conciliação, Mediação e Arbitragem (NECMA) e a Coordenadoria dos Direitos da Família, ligada ao Núcleo Especial Cível (NECIV). “Todos os núcleos atuaram de forma conjunta e com o mesmo objetivo de  efetivar os direitos das crianças e adolescentes. Acredito que todos saímos satisfeitos com o que conseguimos produzir no dia de hoje”, acrescentou.

 
				
 
								 
								 
								