Por: Larissa Claro – Publicado em: 19.09.2019
Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) entregou na última quarta-feira (18), na Penitenciária de Reeducação Feminina Maria Júlia Maranhão, os primeiros documentos do Projeto Itinerante Cidadania nos Estabelecimentos Penais (Geepapa). A retirada da documentação dos presos é a última etapa de um projeto que começou em junho de 2018, com um levantamento realizado pela DPE, através da Gerência da Execução Penal e Acompanhamento de Penas Alternativas, que constatou a existência de 853 apenados sem documentação.
Na entrega simbólica ocorrida nesta quarta-feira, seis reeducandas receberam seus documentos pessoais, entre Certidões de Nascimento e RG. Sem a posse dos documentos, os presos ficam impossibilitados de requerer benefícios; casar; receber auxílio reclusão; registrar seus filhos; acessar a rede de saúde para consultas, exames e internação; ingressar no mercado formal de trabalho; e matricular-se no sistema educacional oferecido aos presos.
Eles também poderão ser prejudicados com atraso na concessão de benefícios de execução penal, inclusive na sua liberdade; erros no cálculo de pena; como também encontrar dificuldade na execução dos direitos de cidadania da pessoa em privação de liberdade.

O defensor público-geral da DPE, Ricardo Barros, destacou o trabalho dos parceiros da Defensoria Pública nesta ação e parabenizou a gerente da Geepapa pela condução dos trabalhos. “Na sentença que essas pessoas obtiveram não havia nenhuma restrição sobre ter documentos. Então a Defensoria Pública, com ajuda dos parceiros que estão aqui, tomou a iniciativa de garantir esse direito, que é de todos. Parabéns a todos os envolvidos, especialmente a Waldelita pela condução dos trabalhos”, ressaltou Ricardo Barros.

Para a reeducanda Edneide, de 43 anos, os documentos representam novas oportunidades de crescimento e aprendizagem. “Sem documento a gente não é ninguém, então isso aqui é tudo pra gente. Eu quero fazer cursos do Senac, do Senai, quero estudar, quero trabalhar aqui dentro e ter direito aos benefícios”, disse a reeducanda.

