Defensoria recebe pesquisadores da USP para discutir colaboração em projeto voltado à comunidade LGBT

A Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB) recebeu, nesta quarta-feira (12), representantes do projeto Vivacidade LGB 50+ e T 40+, desenvolvido pela Universidade de São Paulo (USP). Os professores de Gerontologia, Beatriz Aparecida Ozello Gutierrez e Henrique Salmazo da Silva, buscaram auxílio da Defensoria para divulgação e realização do projeto que envolve a população LGBT.

Os pesquisadores foram recebidos pela Coordenadoria de Defesa dos Direitos Homoafetivos, da Diversidade Sexual e do Combate à Homofobia da DPE-PB.

De acordo com o Censo 2022, o número de idosos no Brasil cresceu 57,4% nos últimos 12 anos. Apesar do desejo de ter acesso ao bem-estar e vivenciar essa fase de forma plena, muitos brasileiros sequer chegam aos 60 anos. Quando se fala da população transsexual no Brasil, a expectativa cai, praticamente, pela metade, chegando a 35 anos. Além disso, a vivência da velhice por gays, lésbicas e bissexuais passa por desafios dentro e fora da comunidade.

“A população LGBT mais velha sofre uma dupla discriminação, tanto da sociedade, por serem pessoas LGBT, quanto da própria comunidade, que muitas vezes não tolera a questão do envelhecimento. Pela expectativa de vida de uma pessoa trans ser de 35 anos, isso levou a reduzirmos a idade do nosso público para 40 anos. E não há dados ou estatísticas no Brasil sobre a saúde dessas pessoas”, afirmou o professor Henrique.

Os pesquisadores enxergaram no papel desempenhado pela Defensoria na atenção à população LGBT uma parceria importante para realização do projeto. “Nós entendemos que a Defensoria é uma grande articuladora e pode apoiar o projeto tanto por sua luta quanto pelas atuações que tem realizado, e irá nos ajudar muito na divulgação e realização desta pesquisa”, comentou Salmazo.

Para Beatriz Gutierrez, que também é professora da Pós-graduação em Gerontologia da Universidade Federal da Paraíba, essa articulação com a Defensoria tem o objetivo de promover um envelhecimento saudável para essa população em situação de vulnerabilidade social. “Tendo como perspectiva a melhoria da qualidade de vida, principalmente da população trans, cuja expectativa de vida atualmente é de 35 anos, buscamos que ela chegue aos 60+. Esta é a nossa maior pretensão, trabalhando como professores da Gerontologia, a ciência que estuda o envelhecimento e a velhice”, expressou.

Texto: Luiz Filho
Foto: Roberto Marcelo  

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