Vice-presidente da Anadep orienta novos defensores sobre situações do dia a dia

Por: Ascom-DPPB – Publicado em: 11.07.2017

As faculdades e os livros não preparam para as situações inusitadas que os defensores públicos vivenciam no dia a dia. Essa foi uma das mensagens deixadas pela vice-presidente da Anadep (Associação Nacional dos Defensores Públicos), Thaísa Oliveira, durante a posse dos 15 novos defensores públicos da Paraíba, ocorrida no dia 7 de julho passado, em João Pessoa.

Em seu discurso, Thaísa Oliveira, que é defensora do Estado do Paraná, destacou como se sentiu honrada em poder participar de um momento histórico da Defensoria Pública da Paraíba. “Foi com profunda alegria que a Anadep recebeu o convite para estar aqui presente, hoje, num momento tão simbólico e tão bonito no Estado da Paraíba”, comentou, ao cumprimentar a defensora pública-geral da Paraíba, Madalena Abrantes, e o presidente da Associação Paraibana dos Defensores Públicos, Ricardo Barros, pelo feito histórico que foi a conquista da nomeação e posse dos concursados.

“A Anadep acompanha essa luta há muito tempo. Luta por orçamento digno para a instituição, luta para a valorização da categoria e luta pela nomeação de vocês, que vêm num tempo muito simbólico de implementação da Emenda Constitucional 80”, disse. Ela complementou que a EC 80 estabelece, dentre outras coisas, que o Brasil deve ter, até 2022, ao menos um defensor público onde haja um promotor e um juiz.

DEFENSORIA FORTE E ESTRUTURADA
“A população vulnerável da Paraíba precisa de uma Defensoria forte e estruturada, que tenha condições de lutar em pé de igualdade com aqueles que violam os seus direitos”, ressaltou Thaísa Oliveira, lembrando que estava muito emocionada, porque sua história de carreira se assemelha à dos novos defensores da Paraíba.

“Eu fui da primeira leva dos estagiários concursados da Defensoria de São Paulo, em 2006, e também da primeira leva de defensores públicos do Estado do Paraná, em 2013, e hoje presencio a primeira leva dos concursados do Estado da Paraíba”, comentou.

Durante o discurso, a vice-presidente da Anadep aproveitou a ocasião para se dirigir, especialmente, aos novos defensores públicos. “Vocês vão se deparar com situações inusitadas. Como é que vocês, por exemplo, vão poder falar de educação e direitos com uma pessoa em situação de rua? Como é que vocês vão poder fazer mediação entre pessoas que simplesmente não conseguem mais conversar entre si? Como é que vocês vão poder preparar uma atuação coletiva para uma associação de bairro que não tem cadeira, que não tem luz, que não tem água, que não tem mesa? Como vocês farão a ata de uma reunião dessas?”, declarou, ressaltando que esse tipo de situação não é ensinado na faculdade, não está nos livros e não cai nos concursos públicos.

A vice-presidente da Anadep também aproveitou o momento para dividir com os novos colegas defensores duas questões que considera essenciais na lida da categoria: não se afastar dos usuários dos serviços oferecidos pela Defensoria Pública e sempre se dedicar ao estudo de outras áreas, para que o conhecimento não fique restrito ao Direito. Por fim, Thaísa Oliveira ainda destacou: “Ser defensor público é abraçar o caos e, estranhamente, se apaixonar por isso”.

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