Estudante paraibana vive sonho de fazer intercâmbio após atuação da Defensoria

Aos 17 anos, a estudante Edrey Mirelly (foto) se viu mais perto de realizar um sonho: fazer um intercâmbio fora do Brasil. A paraibana de Caaporã, na região metropolitana de João Pessoa, passou mais de um ano participando de um processo seletivo voltado a alunos da rede pública de ensino, mas, uma mudança de última hora no edital, quase tirou da jovem o direito de viajar. Foi então que uma ação movida pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) garantiu que o sonho de Edrey se tornasse realidade.

Tudo começou quando, em meados de 2021, a estudante entrou na disputa por uma das vagas oferecidas pelo Governo do Estado para a realização de um intercâmbio no Reino Unido, dentro do antigo projeto Gira Mundo. Edrey, então matriculada no primeiro ano do Ensino Médio da Escola Profª Auricélia Maria da Costa, interessou-se pelo edital, que foi interrompido e só retomado em 2022 com o nome de Conexão Mundo, quando a estudante já estava matriculada no segundo ano.

“Quando o Gira Mundo foi cancelado e vieram com outro projeto eu já era do segundo ano. Consegui passar no processo seletivo, mas eles retificaram o edital colocando a idade máxima de 17 anos e seis meses e eu já havia passado disso. Quando eles fizeram a lista, eu fiquei de fora. Fui desclassificada”, conta. No entanto, essa alteração estabelecendo limites etários só foi realizada na terceira fase da seleção, depois que os estudantes fizeram a prova eliminatória, o que fez a família de Edrey procurar assistência da Defensoria Pública.

Na ocasião, o defensor público Filipe Pinheiro ingressou com um mandado de segurança com pedido liminar no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) para garantir à adolescente o direito de viajar. “Ela havia sido aprovada com uma das maiores pontuações e acabou desclassificada em razão de um requisito etário criado durante o andamento do certame, o que representou a quebra da isonomia”, explicou o defensor.

O pedido foi acolhido pelo juiz convocado Carlos Antônio Sarmento que destacou a necessidade de que a regra estivesse regularmente fixada em lei e no edital, comprovada no ato da inscrição. A decisão foi, para a estudante, motivo de alívio e de muita alegria. “No primeiro momento, quando eu vi que não estava apta, pensei que estava acabado ali. Mas, com auxílio dos meus professores, que me ajudaram a não desistir, e com a persistência do doutor Filipe e da minha mãe, eu consegui realizar este sonho”.

EXPERIÊNCIA – Após toda a expectativa gerada durante o processo seletivo, a viagem aconteceu em janeiro de 2023. Durante oito semanas, Edrey Mirelly viveu momentos inesquecíveis. “Foram dois meses bem intensos. Fiquei numa cidade do interior chamada Royal Leamington Spa, que é muito desenvolvida. Estudei algo parecido com logística, tive aulas de business e inglês. Também fiz visitas acadêmicas e realizei o sonho de ir para Oxford”, celebra.

Sobre as lições que o intercâmbio proporcionou, a paraibana relata que os dois meses fora do Brasil “ampliaram a visão de mundo”. “Isso abriu meus olhos para um leque de oportunidades, para me especializar fora e também valorizar meu país. Porque você começa a apreciar mais a sua cultura e, como estudante, eu só tenho mais aprender. O mundo está aí para isso”, reflete.

Por Thais Cirino   

 

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