Racismo estrutural é o primeiro tema do Ciclo de Palestras promovido pela Defensoria Pública

“Não basta não ser racista. É preciso ser antirracista”. A conhecida frase do movimento negro na luta contra o preconceito norteou a primeira palestra realizada pela Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB), nesta sexta-feira (20), como parte das ações de capacitação para seus membros, servidores e estagiários.

Ministrada pela gerente Executiva de Equidade Racial da  Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH), Jadiele Berto, a palestra abordou o tema Letramento Étnico-racial, dentro do módulo “Racismo e Justiça Racial”. Na ocasião, os integrantes da instituição puderam debater a importância de combater o racismo para assegurar os direitos da população.

“O racismo paralisa, aprisiona, segrega e desumaniza. Por isso, precisamos combatê-lo”, destacou a palestrante, que explicou as diferenças entre o racismo institucional e o racismo estrutural. “O racismo institucional ocorre dentro de instituições, que utilizam elementos para perpetuarem o preconceito. Já o racismo estrutural ocorre de forma mais geral, quando se usa a raça como fundamento para olhar de forma discriminatória para alguém”, informou Jadiele Berto.

O tema atraiu muitas pessoas à Sala do Conselho, na sede da DPE, em João Pessoa. “A Defensoria Pública existe para promover a justiça e minimizar as desigualdades sociais. Fico muito feliz em ver que nossos membros atenderam ao chamado para a palestra, que é muito importante para prestarmos um excelente serviço aos nossos assistidos”, destacou a defensora pública-geral, Madalena Abrantes.

FORMAÇÃO – As palestras foram organizadas pela Coordenadoria de Combate ao Racismo e Proteção das Comunidades Indígenas, Quilombolas, Ciganas, demais Comunidades Tradicionais e Intolerância Religiosa e pela Escola Superior.

”O racismo estrutural está presente em nossa sociedade e se destituir dele não é fácil, inclusive, é muitas vezes doloroso. Contudo, é necessário para mudar o paradigma social que ocasiona tantos problemas”, destacou a defensora da Coordenadoria de Combate ao Racismo, Aline Mota. “Todas as pessoas que compõem a instituição são importantes na promoção do acesso à justiça, por isso, a importância de promover a educação em direitos”, destacou a diretora da Escola Superior, Monaliza Montinegro.

Os encontros fazem parte de um ciclo contínuo e têm o intuito de capacitar os integrantes da instituição em diversas áreas de modo a proporcionar um serviço de qualidade à população. As palestras serão divididas em duas etapas: a primeira abordará temas obrigatórios para todas pessoas que trabalham na Defensoria Pública e, a segunda, contará com temas específicos para atualização dos integrantes da instituição.

PROGRAMAÇÃO – Todas as palestras ocorrerão na Sala do Conselho Superior da DPE, em João Pessoa, com transmissão virtual para os demais locais de atendimento no estado. No dia 27 deste mês serão realizados mais dois encontros. O primeiro tem como tema “Direito Antirracista e Aspectos Jurídicos dos Crimes de Racismo, Intolerância Religiosa e Xenofobia”, com Antônio Marcos Nascimento Silva, da Coordenação Jurídica do Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula/SEMDH.

A segunda palestra abordará o tema “Psicologia e relações étnicos- raciais”, com o psicólogo Inardson Nascimento, também do Centro João Balula. Para encerrar o ciclo de capacitação, no dia 10 de novembro os participantes poderão conferir duas palestras: “Caminhos possíveis para uma educação antirracista”, com o pedagogo Marcos Augusto, e “As implicações do racismo na questão social”, com a assistente social Andréa de Lima, ambos do Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula.

Por Thais Cirino

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