A Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB) encerrou, nesta sexta-feira (10), a primeira etapa do ciclo de palestras voltadas à atualização e à formação contínua de seus membros, servidores e estagiários. Neste terceiro encontro, dois palestrantes do Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula, da SEMDH, puderam explicar aos participantes sobre a importância do acesso à educação e à informação no combate ao racismo.
O intuito dos encontros é capacitar os integrantes da instituição em diversas áreas de modo a proporcionar um serviço de qualidade à população. As palestras foram organizadas pela Coordenadoria de Combate ao Racismo e Proteção das Comunidades Indígenas, Quilombolas, Ciganas, demais Comunidades Tradicionais e Intolerância Religiosa, do Núcleo Especial de Cidadania e Direitos Humanos (NECIDH), e contaram com o apoio da Escola Superior.
“Esse debate é fundamental para a mudança de pensamento já que nossa sociedade ainda é tão racista. As nossas instituições são atravessadas pelo racismo e a Defensoria Pública tem papel fundamental em fazer o enfrentamento desta prática e isso passa pela consciência antirracista. Esse é um ponto de partida para a reflexão, mas é preciso continuar buscando o conhecimento”, avaliou a defensora pública Aline Mota, da Coordenadoria de Combate ao Racismo.
A diretora de ensino da Escola Superior, Mariane Fontenelle, também celebrou a iniciativa. “Acho que precisamos agradecer aos participantes que atenderam ao chamado da Escola Superior e estiveram presentes nas palestras. A capacitação foi essencial para mudar, ao menos um pouco, a visão de quem participou. Foi um início e temos muito orgulho da semente que estamos plantando hoje”, disse.
EDUCAÇÃO – Abrindo o último dia de palestras sobre o racismo, a assistente social Andréa de Lima abordou o tema “As implicações do racismo na questão social”. A palestrante provocou a discussão sobre a importância da representatividade negra e da educação para mudança de comportamento em favor do combate ao preconceito.
“O letramento racial é isso, é repensar posturas e atividades que aprendemos em nossas vida e que foi naturalizado desde somos pequenos, e fazer essa reflexão sobre os impactos dos aprendizados que tivemos”, pontuou a assistente social. Andréa ainda destacou o trabalho da Defensoria Pública da Paraíba na qualificação da equipe e nas ações que visam a ampliação do acesso da população negra à instituição.
Com o tema “Caminhos possíveis para uma educação antirracista”, o pedagogo Marcos Augusto reforçou a importância de compreender o processo de formação da sociedade brasileira que favoreceu as práticas racistas ao logo dos anos. “Para falar das políticas afirmativas é preciso falar da chegada dos portugueses e da política escravocrata”, ressaltou o pedagogo, lembrando as lutas negras em favor da liberdade e do reconhecimento de direitos. “Apenas em 2002, 500 anos depois, temos a política de cotas no país”, salientou, acrescentando que é preciso atuação diária no combate ao racismo.
CICLO DE PALESTRAS – O clico de palestras promovido pela DPE-PB teve início no dia 20 de outubro, com o tema geral “Racismo e Justiça Racial”, cujo objetivo é incentivar a conscientização sobre o racismo estrutural. Ao logo dos três encontros, os convidados abordaram temas como direito antirracista, crime de racismo, relações étnico-racial, intolerância religiosa e xenofobia.
Todas as palestras foram realizadas na Sala do Conselho Superior da instituição, em João Pessoa, com transmissão virtual para os demais locais de atendimento no estado. Os vídeos estão disponíveis no canal do YouTube da DPE-PB. nas próximas semana, o ciclo de palestras segue abordando outros temas de interesse à coletividade.
Por Thais Cirino