A arte tem a capacidade de ampliar imaginários e aproximar vivências. Com o objetivo de fomentar o debate sobre saúde mental, cidadania e direitos, a Defensoria Pública da Paraíba (DPE-PB), por meio do Núcleo Especial de Cidadania e Direitos Humanos (Necidh), promove o LouCine: Cinema, Reflexão e Direitos Humanos. A iniciativa realizará a exibição de filmes que reflitam a luta pela dignidade na atenção psicossocial, em parceria com o Grupo de Pesquisa e Extensão Loucura e Cidadania (LouCid) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
A primeira sessão acontece no dia 25 de junho, na sala do Conselho Superior da Defensoria Pública, localizada no bairro Tambiá, a partir das 13h30. O filme a ser exibido será “Milton Freire: um grito além da história”, do diretor Victor Abreu. O curta-metragem foi selecionado em diversos festivais internacionais e trata do primeiro usuário do sistema de saúde mental brasileiro a assumir publicamente seu sofrimento psíquico severo e se tornar um símbolo da luta por dignidade e direitos.
As sessões, que acontecerão a cada 15 dias, estão abertas para a participação de toda a sociedade, em especial, os usuários e familiares de pessoas atendidas pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), ligada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Para a defensora pública Fernanda Peres, coordenadora do Necidh, a ação é uma forma de aproximar a Defensoria Pública das pessoas que necessitam de atenção no cuidado à sua saúde mental. “Nosso intuito é fortalecer o vínculo dos usuários da Raps com a Defensoria Pública. Por meio do diálogo e da reflexão sobre os filmes exibidos, buscamos entender as demandas desta população por seus direitos, ao mesmo tempo que promovemos o acesso à arte e à cultura.”, comentou a defensora.
SINOPSE DO FILME – Primeiro usuário do sistema de saúde mental do Brasil a assumir abertamente sua condição de pessoa com um sofrimento mental severo e lutar publicamente por direitos, o poeta e escritor Milton Freire relembra duas visões que o guiaram em sua reconstrução subjetiva, vividas em um período de crises, internações, choques elétricos, comas insulínicos induzidos e celas solitárias nos hospitais psiquiátricos da época.
Texto: Luiz Filho