Por: Larissa Claro – Publicado em: 20.01.2021
Há dois anos, o jovem Gabriel Moura da Silva, de 16 anos, jogava futebol com os amigos no bairro onde mora, em João Pessoa, quando sofreu uma parada cardíaca e foi encaminhado para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. Desde as primeiras horas de internação até hoje, o seu caso é acompanhado pela Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), que atuou, entre outras frentes, para garantir atendimento integral do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD).
A tia de Gabriel, Joana Darc Soares Oliveira (foto à direita), conta como chegou à Defensoria e ressalta a importância do acompanhamento da instituição no tratamento do sobrinho. “Tudo começou em janeiro de 2019, quando tiraram Gabriel da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantil para abrir vaga. Ele foi transferido para a UTI adulta e não queriam permitir que ele tivesse acompanhante. Foi quando procuramos o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria e só então permitiram a presença do acompanhante”, contou.
A assistente social Ceu Palmeira, que atuava no Necid quando Gabriel foi internado, lembra como a Defensoria entrou no caso. “Diante da queixa da família, a Defensoria convocou a cúpula do hospital, que se mobilizou para atender as demandas. Ao ser transferido para a ala adulta, exigimos que ela fosse adaptada para atendê-lo, incluindo a permanência do acompanhante. Para deixar o hospital, quando recebeu alta, também exigimos todas as condições para que ele fosse pra casa de forma digna. Nós fizemos a mediação entre família e hospital. E aproveito para fazer um registro de que o hospital respondeu à Defensoria da melhor forma e a resolução foi a melhor possível”, registrou a assistente social.
De lá pra cá, o Núcleo é acionado sempre que a família esbarra em qualquer dificuldade com o tratamento do jovem, que não fala, não anda (diagnóstico de espasticidade) e necessita de cuidados especiais. “Quando recebeu alta do hospital, Gabriel já saiu com o encaminhamento para receber a alimentação, que custa R$ 3,6 mil por mês e as pessoas só conseguem quando entram na Justiça – nós não tivemos essa necessidade; ele saiu já sendo assistido de fraldas e medicação. Ele também é acompanhado pelo SAD, que é fundamental no tratamento. Se não fosse a Defensoria Pública nós não teríamos conseguido tudo isso sem entrar na Justiça”, ressaltou a tia do jovem.
Através do Serviço de Atenção Domiciliar ofertado pela Prefeitura de João Pessoa, Gabriel conta com atendimento de cardiologista, neorologista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
O defensor público geral da Paraíba, Ricardo Barros, ressaltou a atuação administrativa da Defensoria e o trabalho em equipe. “Nossa equipe se empenhou para que Gabriel tivesse toda a assistência que tem direito, de maneira mais rápida possível, pactuando administrativamente com a unidade hospitalar, evitando que o caso fosse parar na Justiça. Um belo trabalho em equipe do Núcleo de Direitos Humano, que resultou em uma grande conquista para o tratamento do nosso assistido”, ressaltou o DPG.