Por: Matheus Wendell* – Publicado em: 18.02.2020
A defensora pública Lycia Maria, designada para atuar nos casos de intolerância religiosa que chegam à Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), participou no último dia 9 de fevereiro, em Cabedelo, da 5ª Mesa de Diálogos sobre Direitos Humanos e Dignidade LGBTQI+, promovida pelas Igrejas da Comunidade Metropolitana – ICM Cabedelo, com o tema “Direitos Humanos e Fé”. O evento integrou a programação de comemoração pelos seis anos de atuação da comunidade.
No encontro, que reuniu representantes de diversas religiões e da sociedade, Lycia sugeriu o investimento na conscientização através da mídia. “Fui questionada sobre como poderíamos desenvolver ações no âmbito jurídico, e eu apoio esse método quando os casos demandam judicialização, mas é preciso trabalhar, sobretudo, a conscientização e eu acredito muito na propaganda e nas redes sociais como instrumentos de mudança social”, afirmou a defensora.
Segundo o Pastor Willams da Penha, que está à frente da ICM Cabedelo, “foi constatada na reunião a necessidade de mais espaços de diálogo como esse, bem como inquietar o poder público municipal para a abertura de uma coordenadoria de enfrentamento à discriminação religiosa, que promova diferentes atividades anuais no que diz respeito à igualdade da fé”.
CRISTIANISMO INCLUSIVO – A ICM é conhecida por ser uma igreja inclusiva, especialmente em relação às pessoas LGBTQI+, possibilitando que os membros da comunidade compartilhem da fé cristã sem se sentirem descriminados em razão de orientação sexual ou identidade de gênero. De acordo com o pastor, “ao longo desses anos, a proposta da mesa de diálogos é unir sociedade civil, governo e movimentos para traçarem caminhos no enfrentamento dos dilemas sociais expostos na temática do ano”.
PARTICIPAÇÃO – Além da DPE-PB, também estiveram representados na Mesa de Diálogos a Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH), o Fórum Diversidade Religiosa PB, o Movimento do Espírito Lilás (Mel), a Associação Brasileira de Juristas Pela Democracia (ABJD), além de representantes das religiões wicca, católica, budista, espírita, islâmica e de matriz africana.
*Estagiário
