Como a Defensoria mudou o destino de um paratleta paraibano, levando-o de uma cirurgia desafiadora às quadras de tênis

Essa é a história inspiradora de Hortêncio Martins de Santana, de 48 anos, que, após uma longa batalha por um procedimento médico essencial, retornou ao esporte e participou, este ano, da Copa das Federações de Tênis em Cadeira de Rodas, representando a Paraíba. Com o apoio decisivo da Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), Hortêncio conquistou não apenas uma cirurgia, mas também uma nova chance de competir e vencer.

Diagnosticado com sequelas da poliomielite ainda na infância, Hortêncio passou por diversas cirurgias ao longo da vida em busca de qualidade de vida. No entanto, o agravamento de sua condição o afastou do basquete em cadeira de rodas, esporte que praticou por 15 anos. Sem perder a determinação, ele buscou a Defensoria Pública em 2020, após aguardar por três anos a aprovação de uma cirurgia que vinha sendo negada pela rede pública de saúde.

A intervenção da Defensoria não foi simples. Após diversas tratativas extrajudiciais, a defensora pública Fernanda Peres conta que precisou judicializar o caso. Uma liminar foi concedida pela Justiça, mas o Estado não cumpriu. Novas tratativas foram feitas, inclusive com a direção do Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, até que o procedimento de artrodese tóraco-lombo-sacra foi realizado em julho de 2021.

A operação, que durou 12 horas, foi um marco na vida do paratleta. “Foi uma emoção inexplicável, como realizar o sonho de viver novamente”, relembra Hortêncio.

Fernanda Peres ressalta que, além das dificuldades médicas e burocráticas, as pessoas com deficiência enfrentam desafios sociais profundos. “A principal barreira ainda é o preconceito. Muitas vezes, o acesso aos direitos básicos é dificultado não apenas por questões estruturais, mas pela falta de empatia e compreensão da sociedade. Histórias como a de Hortêncio mostram a importância de romper essas barreiras”, afirmou.

Após a recuperação, ele descobriu que não poderia mais jogar basquete devido às exigências físicas do esporte. Foi então que o tênis em cadeira de rodas entrou em sua vida, transformando um passatempo em uma nova paixão. “O tênis me acolheu de uma maneira incrível. Hoje, não quero mais largar”, afirma.

DESEMPENHO E FUTURO – Este ano, Hortêncio participou da Copa das Federações de Tênis em Cadeira de Rodas, disputada no Centro de Treinamento Paralímpico em São Paulo. A competição reuniu mais de 80 atletas de 17 estados. Representando a Paraíba ao lado do colega Sansão Soares de Macedo, Hortêncio contribuiu para que o estado conquistasse o 5º lugar entre dez equipes na categoria Masculino Open B.

“Ficamos felizes com o resultado. Foi uma experiência incrível, e competir novamente é a realização de um sonho”, comemora o paratleta. Quanto ao futuro, Hortêncio mantém a fé e o otimismo: “Deixo tudo nas mãos de Deus. Ele guiará minha carreira e minha vida no esporte.”

Por aqui, a Defensoria Pública da Paraíba segue promovendo justiça e transformando vidas.

Por Felipe Bezerra e Larissa Claro

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