DPE media transferência de pacientes oriundos do HTop para o Metropolitano

Por: Matheus Wendell* – Publicado em: 22.01.2020

 

Desde o fechamento do Hospital de Traumatologia e Ortopedia da Paraíba (HTop), em dezembro passado, a Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB) tem atuado extrajudicialmente para viabilizar a transferência de pacientes para o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita. Relatos de cirurgias atrasadas, atendimento precarizado e negligência começaram a chegar ao Núcleo Especial de Direitos Humanos (Necid) da DPE logo após o início da transferência dos pacientes outras unidades de saúde, tais como o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, o Clementino Fraga e o Edson Ramalho.

De acordo com o coordenador do Necid, Manfredo Rosenstock, a mediação tem ocorrido por meio de reuniões sistemáticas com as direções do Trauma e do Metropolitano. Elas estão ocorrendo desde dezembro e continuarão até que todos os assistidos sejam cirurgiados.

 

“Conseguimos a transferência de alguns pacientes para o Metropolitano, em Santa Rita, onde o atendimento é melhor, e a realização de várias cirurgias atrasadas. A direção dos hospitais têm se mostrado aberta ao diálogo, mas ainda existem pacientes em situação de vulnerabilidade no Trauma e estamos buscando resolver a situação deles, de forma extrajudicial até o momento”, afirmou o defensor.

O HTop foi criado para funcionar como uma unidade de retaguarda do Trauma, uma alternativa para reduzir os atendimentos de baixa complexidade de outras unidades hospitalares. O fechamento da unidade, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), se deu pelo fim do contrato do aluguel do prédio, localizado na Avenida Monsenhor Walfredo Leal, bairro de Tambiá.

NEGLIGÊNCIA – Segundo a assistente social do Necid, Céu Palmeira, pacientes informaram que enfermeiros passavam até cinco dias para trocar um curativo. “Os que mais me acionavam eram do Edson Ramalho”, revela.

 

“Muitas pessoas estavam aflitas em meio a toda essa situação, o fechamento do Htop, as notícias sobre a crise na saúde repercutindo, atraso nas cirurgias, então começaram a nos procurar e abrimos essa demanda coletiva, requerendo uma solução à direção do Trauma”, explicou a assistente social da DPE-PB.

INSPEÇÕES 
– No dia 14 deste mês, a equipe de Direitos Humanos da DPE realizou inspeções no Hospital de Trauma para verificar as condições de atendimento dos pacientes internados na unidade. Também participaram representantes do Ministério Público da Paraíba (MPPB), da Comissão em Defesa dos Direitos dos Idosos da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB) e do Conselho Municipal da Pessoa Idosa.

As equipes verificaram que persiste a superlotação e a insuficiência de leitos para atender a demanda, além de cirurgias atrasadas desde o ano passado e estrutura inadequada tanto para os pacientes quanto para os acompanhantes.

*Estagiário

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