Denunciar casos de preconceito racial e contar a própria história sobre como enfrentar o racismo é o que a população poderá fazer por meio da campanha de Igualdade Racial lançada nas redes sociais, nesta quarta-feira (20), pelo Governo do Estado.
Com o slogan “Racismo, um crime que se sente na pele”, o lançamento aconteceu no Dia Nacional da Consciência Negra, durante café da manhã,na sede da Faculdade de Direito, no Centro de João Pessoa, com a participação de representantes do movimento negro, jornalistas, artistas e do Conselho Estadual de Igualdade Racial (Cepir-PB).
A secretária de Comunicação do Estado, Estela Bezerra, disse que o objetivo da campanha é despertar a reflexão sobre o tema, fazendo um alerta contra o preconceito, a discriminação e a violência. “Teremos três etapas nas redes sociais – a primeira onde a população poder enviar fotos com a camisa da campanha, vídeos e depoimentos; a segunda com posts sem fotos com depoimentos sobre situações onde viveu o preconceito; e a terceira com posts com informações sobre indicadores e dados envolvendo a questão racial na Paraíba. Além disso, teremos veiculação de mensagens no rádio”, explica.
O Governo vem pactuando ações para a população negra nos programas Brasil Quilombola e no Juventude Viva, este último atuando direto no enfrentamento dos índices de violência e homicídios de jovens negros no Estado em seis municípios, além de desenvolver ações com a Secretaria Estadual de Saúde, no Comitê Estadual de Saúde Integral da População Negra, que atua nos casos de anemia falciforme e outras doenças de maior prevalência da população negra.
A professora da UFPB, Solange Rocha, afirma que o reconhecimento do racismo pelo Governo do Estado significa um avanço, pois existe uma forte negação física em relação à cor da pele da população. “Uma campanha é um dos pontos para efetivação de políticas públicas, mas ainda precisamos avançar na questão da educação, segurança publica e saúde para a população negra, que hoje representa 58,39% da população paraibana,” afirma.
A ouvidora geral do Estado, Tânia Brito, disse que na esfera institucional a Ouvidoria receberá denúncia de racismo. “Na Ouvidoria temos esta preocupação e vamos nos integrar na campanha”, afirmou.
O gerente executivo da Igualdade Racial, Roberto Silva, afirmou que a campanha desmistifica uma cultura não racista no Estado. “Por isto, teremos uma grande interatividade com o público sobre o racismo. É um mecanismo de discussão e até de recebimento de denúncias que serão encaminhadas para delegacias”, disse.
Fonte: Secom/PB