Por: Larissa Claro – Publicado em: 05.06.2020
A TV Correio, afiliada da Rede Record na Paraíba, resolveu adotar, de forma inédita, máscaras transparentes para a equipe de repórteres da emissora. A iniciativa é fruto de uma articulação da Defensoria Pública do Estado da Paraíba (DPE-PB), por meio da Coordenadoria da Promoção dos Direitos das Pessoas Idosas e das Pessoas com Deficiência, e do Ministério Público da Paraíba (MPPB), juntamente com a sociedade civil, em uma atuação extrajudicial para ampliar a acessibilidade na programação das emissoras locais.
O uso de máscaras transparentes pelos profissionais de comunicação e entrevistados foi um dos pleitos solicitados pelo grupo de trabalho durante videoconferências realizadas com Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão da Paraíba. Elas garantem acessibilidade a surdos oralizados durante as reportagens externas. Outra iniciativa da emissora tem sido a veiculação de conteúdos informativos com acessibilidade nas redes sociais, além da produção de matérias relacionadas às demandas das pessoas com deficiência.
Durante a chamada da matéria que anunciou a mudança na emissora, o jornalista Saimon Cavalcanti ressaltou que da mesma forma que as medidas restritivas de enfrentamento a Covid-19 foram se modificando, a TV Correio também aperfeiçoou a rotina, assegurando a segurança dos profissionais sem comprometer a principal missão, que é levar a informação com clareza. “Por isso, a partir de agora, todos os repórteres vão utilizar outro tipo de máscara, uma mudança que proporciona uma comunicação mais eficiente ao permitir a leitura labial”, disse.
LIBRAS – Uma das principais demandas do grupo ainda é a inserção de tradutores de libras durante os programas jornalísticos, tendo em vista a importância dessa língua para as pessoas surdas. Entretanto, de acordo com o presidente do Sindicato das Empresas, Alexandre Teixeira Jubert, é inviável disponibilizar intérpretes de libras nas grades das programações das emissoras de TV por limitações técnicas e financeiras.
Ele defende que esta é uma responsabilidade de gestores públicos, principalmente do governador do Estado e dos prefeitos de João Pessoa e Campina Grande (as duas maiores cidades da Paraíba) apresentarem soluções ao problema, uma vez que têm à disposição um número expressivo de intérpretes.